Marketing digital

Data-driven marketing: como aplicar a estratégia baseada em dados

Andrey Ther
Diretor de estratégia - Clint

Usar dados como base nas tomadas de decisão deixou de ser tendência e se tornou realidade há algum tempo. Veja como adaptar sua empresa para o data-driven marketing!

Estamos vivendo um novo momento do data-driven marketing. Ainda que muitas empresas e agências não tenham se adaptado a essa cultura, a maioria delas já reconhece a relevância da análise de dados para a estratégia digital. O fato é que ninguém quer ficar para trás. Se você está nesse conflito e entende que é preciso agir, mas não sabe por onde começar, você está no lugar certo. Neste post, você vai ter um panorama do data-driven marketing e conhecer os passos e ferramentas para começar a aplicá-lo. Vem junto!

Afinal de contas, o que é ser data-driven?

Intuição, palpite, opinião, dedução, inferência (também conhecida como o bom e velho “chute”). O data-driven marketing é tudo, menos achismo.

Se você tem esse perfil de gestor que rema conforme a maré e confia no seu próprio taco, é bem possível que acabe afundando seu negócio.

Ser data driven é, portanto, tomar decisões baseadas em dados. Desde coisas simples, como corte de custos, ao lançamento de produtos ou serviços.

Esse mindset tem se tornado tão crucial que previsões da Gartner indicam que, até 2021, os dados se tornarão um ativo corporativo.

Como resultado, as organizações passarão a tratar a informação de modo a gerenciá-la da mesma forma que seu patrimônio material.

Quais são os pilares do data-driven segundo o Google?

Pesquisas do Google mostram que, de 2016 a 2018, foram produzidos dados que correspondem a 90% de tudo o que está disponível atualmente. E mais: de 2018 a 2019, será produzido um volume de conhecimento equivalente a tudo o que foi gerado até hoje.

Esse estudo levou o maior buscador do mundo a identificar 5 pilares do data-driven marketing. Conheça cada um deles para começar a moldar sua empresa ou agência.

1. Pessoas

Se você é contratante ou acompanha o mercado, provavelmente deve ter percebido uma proliferação nas buscas por cientistas de dados nos últimos anos, não é mesmo?

Isso porque o mercado tem se dado conta de que a informação é importante o suficiente a ponto de ter responsáveis diretos pela sua operação.

Por isso, nos próximos anos, líderes, analistas e CIOs (Chief Data Officers) ocuparão uma grande parte do seu quadro de funcionários.

2. Processos

O marketing de dados tornou universal o acesso à informação. Agora as empresas não só devem compartilhar seus dados como incentivar seus colaboradores a usá-los.

Se todos precisam se sentir responsáveis pelos resultados, é fundamental que eles também tenham como acessá-los livremente, certo?

Procure criar um clima de confiança e faça o possível para que a análise de dados seja integrada aos processos da sua agência ou aos da sua empresa.

3. Assets

Os assets tratam dos recursos que seu negócio oferece ao cliente para que ele se relacione com a sua marca. Essa relação deve ser o mais facilitada possível.

Significa, basicamente, que a experiência do usuário ao acessar seu site, por exemplo, deve ocorrer com agilidade e sem interrupção.

Mesmo porque sem dados de acesso, você não poderá avançar. Então, teste a velocidade do seu site com esta ferramenta gratuita do Google.

4. Dados

O quarto pilar aborda a forma como seu negócio trata os dados dos usuários e tem relação direta com as últimas atualizações do Direito Digital.

Para entender a importância de elaborar uma política de proteção de dados segura, responsável e transparente, procure saber mais a respeito da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

5. Tecnologia

A tecnologia envelopa os pilares do data-driven ao sugerir que sua empresa ou agência precisa trabalhar sua presença digital e ser vista pelo consumidor.

Um simples exemplo disso é o Google Meu Negócio, cujas funcionalidades permitem acompanhar a persona durante toda sua jornada de compra.

Ainda não está lá? É gratuito!

Como adaptar seu negócio para o data-driven marketing?

Mas e aí, como colocar os pilares acima em prática e acelerar o crescimento do seu negócio por meio dos dados? Continue a leitura e descubra!

Comece a coletar dados o mais rápido possível

Quando se trata de Big Data, existem duas fontes de dados que você pode usar para reunir informações sobre seus clientes: primária e secundária.

A primária é a mais tradicional e usa pesquisas de mercado para avaliar o perfil do consumidor. Como esse método é tendencioso, os dados não são tão confiáveis.

Neste caso, prefira usar fontes de dados secundárias, que mapeiam o comportamento de forma mais genuína, como é o caso do Lead Scoring.

Análise o que faz sentido para o seu negócio

Após coletar um volume suficiente para organizar seus dados, evite que o excesso de informação atrapalhe o andamento da sua estratégia.

Para isso, é essencial que sua marca tenha uma proposta de valor estabelecida (se você não tem, aproveite nosso conteúdo para construí-la).

Dica: entre analisar de forma rasa uma grande quantidade de dados e se aprofundar em um pequeno volume, prefira a segunda.

Cruze os dados com as necessidades da persona

O passo seguinte é a análise de dados propriamente dita, quando você deve comparar os resultados com suas métricas para definir as próximas ações.

Em seguida, cruze os insights da sua análise com as características da sua buyer persona — até mesmo para se certificar de que está no caminho certo.

Neste ponto, voltamos à importância da proposta de valor: se os dados não batem, pode ser que você precise reforçá-la na mente do consumidor.

Desenvolva estratégias para todo o funil de marketing

Com os insights em mãos, é hora de colocá-los em prática para ajustar cada etapa da sua jornada de compra (que pode, inclusive, se multiplicar).

Uma das maneiras de melhorar a eficiência e aproveitar ao máximo o contato em cada fase da jornada é elaborar estratégias de People Marketing.

Por fim, o mais importante de tudo não é levantar dados, mas extrair valor deles. Conheça algumas ferramentas que contribuem para isso.

Que ferramentas permitem extrair valor dos seus dados?

Aqui na Clint, gostamos de reforçar que, no data-driven marketing, é preferível fazer menos campanhas e mais análises. Estas ferramentas podem dar uma força nisso:

  • Power BI: com essa ferramenta de Business Intelligence da Microsoft, você consegue organizar seus dados de forma a torná-los coerentes.
  • Huggy: plataforma com foco em captura de dados, engajamento de leads e retenção de clientes com o uso de automação e chatbots.
  • DashGoo: ferramenta brasileira que conecta, em um só ambiente, seus relatórios de Google Analytics, Facebook Ads, Instagram Ads, entre outros.

Continue a leitura para conferir tudo o que ele tem a falar sobre como melhorar seus resultados a partir da análise de dados!

Pontos chaves do Data-driven marketing

Ao decorrer deste conteúdo, irei falar dos pontos chaves do data-driven marketing que são:

  1. Dados além do básico;
  2. Funil dinâmico e atribuição;
  3. Apoio à tomada de decisão;
  4. Ferramentas.

Atualmente estamos passando pela convergência mais impactante da história, e as tecnologias estão em alta, como:

  • Blockchain;
  • Realidade aumentada;
  • Realidade virtual;
  • IoT Internet of Things;
  • Cloud Computing;
  • Voice Search;
  • Big Data;
  • Drones;
  • Inteligência artificial.

Exemplos reais acontecendo:

  • App de notícias do Google com inteligência artificial já está disponível para iOS;
  • Facebook já utiliza a inteligência artificial em seus algoritmos faz muito tempo;
  • Microsoft cria plataforma de inteligência artificial que responde em tempo real;
  • Apple está querendo fazer do Iphone uma plataforma para inteligência artificial;
  • Os programas da Adobe, como o Photoshop, também está carregado de inteligência artificial em suas funcionalidades;
  • A Netflix recomenda filmes e séries para você, utilizando de inteligência artificial.

A inteligência artificial está muito mais evoluída e acontecendo mais do que as pessoas são capazes de perceber. A grande maioria dos aplicativos e softwares utilizam-na em seu sistema.

Data-driven marketing e como analisar dados além do básico

Os problemas mais básicos do marketing digital são:

  • Aquisição;
  • Engajamento;
  • Frequência;
  • Distribuição;
  • Atenção;
  • Conversão;
  • Retenção;
  • Recomendação.

Entre eles, podemos ressaltar que alguns são problemas de negócios e não necessariamente de marketing digital, são eles:

  • Aquisição;
  • Conversão;
  • Retenção;
  • Recomendação.

É comum as empresas darem foco para os dados apenas de conversão. Esquecendo das oportunidades que existem em toda jornada de compra.

Se você quer sair do básico, explore mais sua marca e sua interação no meio digital, como a pirâmide tríade nos mostra:

Saiba que 2019 foi o ano da virada para o marketing digital, e a tendência é crescer cada vez mais.

No Brasil o cenário não é diferente, segundo a IAB Brasil, ⅓ da publicidade do nosso país já é digital.

Quer sair do básico?

Pare de mensurar cliques. Porque isso é coisa do passado.

Há muito mais dados para analisar, não baseie suas estratégias apenas para as pessoas que clicam, apenas olhando para conversões.

Como comentei, existem outros problemas básicos em marketing, outras etapas na jornada de compra, outras partes da pirâmide tríade que devem ser trabalhadas, antes mesmo de chegar a conversão, e digo mais, são essas etapas que levam a conversão.

A boa notícia?

A grande maioria das empresas não está nem fazendo o básico, que são por exemplo:

  • Analisar os dados do Google Analytics referente ao seu site;
  • Utilizar uma ferramenta de CRM e analisar os dados;
  • Utilizar uma ferramenta de Inbound Marketing e analisar os dados;
  • Utilizar o Google Adwords, Google Trends, e Facebook ADS;
  • Integrar todos os dados acima, e a partir disso traçar estratégias com base no Data-driven marketing.

Faça o básico primeiro. Depois disso, pare de analisar apenas os dados de conversão. Dê atenção às outras etapas que levam ao destino final. Muito provavelmente é isso que está impedindo seus resultados.

Data-driven marketing e seu funil dinâmico e atribuição

O que é o funil dinâmico no marketing digital?

Basicamente é o funil que se adapta a etapa da jornada de compra que seu lead se encontra. Porque não tem como fazer isso de forma linear.

Por exemplo: você não pode oferecer um conteúdo de topo de funil para quem já conhece a sua marca, não vai ser relevante para essa pessoa.

Comece a olhar seu funil visto de cima:

As pessoas podem chegar no topo, no meio, ou no fim, ou seja, podem chegar sem conhecer seu negócio, podem chegar com dúvidas, ou podem chegar querendo comprar, já decididas a converter.

O funil dinâmico tem como intuito se adaptar a etapa que o lead se encontra.

Lá vai a dica: crie 3 campanhas para rodar simultaneamente. Pare de focar apenas na conversão e em datas sazonais. Crie campanhas de atração e interação também, são tão importantes quanto.

Sobre a atribuição, são ferramentas que irão mensurar os resultados muito além dos cliques, mostrando todo caminho percorrido antes da ação.

Existem várias ferramentas gratuitas, inclusive no Facebook, dentro do Facebook Business, olha só:

Agora vou dar a você um exemplo prático que analisei no meu próprio negócio…

Analisando minhas visualizações no Facebook, percebi que mais 6.705 pessoas estavam visualizando meus anúncios através do celular, e 3.247 através do desktop.

Logo, irei direcionar meus anúncios para o celular, certo?

Errado.

Cruzei os dados de visualização e conversão, e percebi que 158 vendas foram feitas através do desktop e 59 através do celular.

O que isso quer dizer?

Que as pessoas visualizaram pelo celular, mas compram pelo desktop. Então, é preciso valorizar a parte que antecede a compra, pois é ela que leva a ação.

Portanto, a ideia é não focar apenas no fim do caminho (conversão) e sim no percurso como um todo. E esses insights só são possíveis através de análise de dados.

Lembrando que analisar somente cliques é coisa do passado.

Analisar indicadores de vendas como: Churn Rate, CAC, NPS e Life Time Value são essenciais nesse processo também.

Saiba que atribuição e retenção são fatores-chave para alta performance. Porque reter é tão importante quanto captar.

Data-driven marketing e seu apoio à tomada de decisão

Vou mostrar dois cases de sucesso meu, utilizando inteligência artificial, monitoramento e análise de dados, pré-requisitos fundamentais para gerar insights às campanhas.

Case 1:

LMP – Como utilizei a inteligência virtual para análise massiva de dados para o produto Leite de Magnésia.

O objetivo era entender o que as pessoas estavam falando sobre a marca e como elas estavam se relacionando a ela, e encontrar oportunidades.

Estrutura para definir o escopo:

  • Menções qualificadas;
  • Volume de dados;
  • Pré-análise.

Estrutura de pré-análise de dados:

Analisando os dados, descobri que Leite de Magnésia é usado para várias coisas, além das pesquisas relacionadas:

Esses dados geram insights para a marca, muito além do que só focar no produto e na conversão.

Ferramentas como o IBM Watson Analytics utilizam de inteligência artificial para fazer essas análises de dados.

Case 2:

Wine vinhos

Com a análise de dados, descobri 95.000 citações de vinho!

Desse número, consegui extrair o perfil e interesses do público:

A marca possui categorias, e analisando sites de reclamações, descobri os sentimentos por cada categoria, o que é diferente de você fazer uma análise geral de marca.

Você pode fazer essa análise mensalmente, são esses dados que apoiam às decisões, às ações de marketing, a criação de campanhas, etc.

Data-driven marketing é o que gera inteligência para o seu negócio.

Ferramentas de Data-driven marketing

O Google trabalha a inteligência artificial em todas as suas ferramentas, e você pode usar de graça! Exemplos:

  • Google Analytics;
  • Google Adwords;
  • Google Trends;
  • Google Drive;
  • Google Planilhas;
  • Google Data Studio.

O Google Trends é ótimo para descobrir tendências. Você pode pesquisar qualquer palavra-chave e descobrir em qual lugar ela está sendo mais buscada, o volume de pesquisas por período, e outras palavras similares que geram valiosos insights.

O Google Planilhas é fantástico, por exemplo: você consegue exportar dados do Facebook, e usar o “Answers” para dar comandos, perguntas como “quais posts geraram mais tráfego para o site?”, fazem o Google Planilhas gerar um gráfico automático!

Outra ferramenta incrível é a Crystal. Com ela é possível integrar suas redes sociais e descobrir quais são os melhores horários para fazer publicações, por exemplo. O legal é que você conversa com a Crystal, e faz as perguntas que quiser, como se estivesse conversando com alguém!  

Dica: Se você quiser utilizar ao máximo a inteligência artificial saiba fazer boas perguntas.

A IBM também disponibiliza várias ferramentas com inteligência artificial para a análise de dados, algumas gratuitas e outras pagas.

Se você não conhece o Power BI da Microsoft, baixe e instale, porque é gratuito e muito bom!

Outra ferramenta que também utilizo é a X.ai, é uma assistente virtual que agenda reuniões!

Tem a Captain Growth que analisa seus anúncios e gera recomendações de performance.

Tem o Tableau que faz análises mais complexas, concorrente do Watson da IBM.

O Brandwatch, uma ferramenta de monitoramento de menções.

Tem também o Sysomos, o Stilingue, o Scup Social, e o Zeeng.

Dica: Se você quer utilizar o Data-driven marketing para melhorar seus resultados a partir da análise de dados, comece explorando as ferramentas do Google e da IBM.

Conclusão sobre o Data-driven marketing

Definir um bom objetivo é 90% de um bom planejamento estratégico, e para fazer isso você precisa de análise de dados.

É o Data-driven marketing que apoia a sua tomada de decisão, e melhora seus resultados.

É necessário:

  • Utilizar um funil dinâmico;
  • Criar estratégias para as demais etapas da jornada de compra, não apenas a conversão;
  • Analisar os dados além do básico;
  • Utilizar as análises como insights para as próximas ações.

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