Gestão

Design Thinking: como utilizar essa metodologia para resolver problemas e inovar?

Andrey Ther
Diretor de estratégia - Clint

Já percebeu como designers sempre encontram soluções criativas para quaisquer problemas? Esse pensamento inovador pode ser aplicado na sua empresa através da abordagem do design thinking. Este artigo explica o que é e como aplicá-lo!

O que é criatividade para você? Para muitos, nomes como Einstein, Picasso, Da Vinci e outros artistas e cientistas que fizeram história por suas criações são a definição dessa habilidade. Já para Steve Jobs, por exemplo, criatividade nada mais é que “ligar os pontos”, ver o que ninguém mais viu em uma conexão óbvia.

O fato é que a criatividade ainda é um mistério inclusive para a neurociência, que se dedica a estudar o cérebro dos criativos para entender o que os torna diferentes dos demais. Alguns avanços têm sido feitos nos estudos, mas uma coisa é consenso: assim como a inteligência, todos nós possuímos criatividade em maior ou menor grau.

No mercado de trabalho, designers e publicitários são conhecidos como os profissionais que mais pensam “fora da caixa”. Essa forma de enxergar os problemas sob uma nova perspectiva não precisa estar atrelada apenas à soluções voltadas para anúncios e campanhas. Mas pode também ser aplicada ao seu negócio!

Acha que não “é criativo” para isso? Então, está na hora de conhecer o design thinking, uma abordagem que vai ajudar você a perceber alguns detalhes que, até então, estavam escondidos entre números e planilhas!

O que é o design thinking?

O design thinking é uma abordagem que nasceu do próprio design. Como designers fazem para chegar a soluções, teoricamente simples, para problemas complexos? Como pensam para continuar inovando e transformando?

É para tentar entender e, claro, aplicar essa linha de raciocínio que nasceu o conceito de design thinking. Ou seja, tentar pensar como designers pensam para resolver seus problemas com soluções fora da curva.

Um dos pontos mais interessantes é observar que o design nunca se foca no problema, mas sim na solução. Sabendo qual o resultado desejado, buscam-se formas de alcançá-lo a partir do problema. Esse é um jeito de pensar que utiliza lógica, imaginação, empatia e, também, muita intuição.

Aplicar essa forma de raciocínio no seu negócio vai ajudar você a entender melhor a organização. Será possível visualizar como as coisas acontecem e porque acontecem. Sendo um trabalho apurado de observação constante e que envolve:

  • A sensibilidade do design;
  • Métodos para chegar ao resultado; e
  • Contorno às restrições (fazer o que é possível dentro de um determinado contexto).

Dessa forma, o design thinking pode ser definido como a união dos pensamentos corporativo e criativo.

5 passos para aplicar o design thinking no seu negócio

Antes de mais nada, é preciso entender que o design thinking não é uma fórmula onde você dividirá o problema em quadrantes e encontrará uma solução. Essa é uma abordagem que leva muito em consideração a empatia pelos interessados no projeto, sejam eles seus clientes ou seu público interno.

Como em quase todos os processos, o objetivo é sempre a satisfação máxima do público. Isso se alcança ao conhecer o máximo a respeito dele, deixando de lado os dados concretos e explorando visões de mundo, opiniões e desejos.

As etapas que você vai conhecer a seguir são aplicadas para ajudar você a desenvolver esse pensamento que mistura mindset e plano de ação. Vamos lá?

1. Definição

Qual o problema que deve ser solucionado? O que você e sua equipe levaram em consideração e que ninguém mais pensou? Qual valor vai guiar a sua busca pela solução?

Antes de tentar resolver um problema, é preciso conhecê-lo.

Para isso, estude-o muito! Se você quer aplicar o design thinking no seu modelo de negócio, um bom ponto de partida é conhecer muito da sua empresa e, claro, dos seus concorrentes. Veja quais são suas forças, fraquezas, faça um benchmarking, descubra o que vocês têm em comum e em quais pontos se diferem.

Se você busca a melhoria de um produto ou serviço, a linha de raciocínio é a mesma. Busque as potencialidades e o maior número de informações possíveis a respeito do problema.

2. Empatia

Como falamos anteriormente, o design thinking leva muito da sua intuição e empatia na resolução de problemas. Agora é hora de mergulhar fundo no que o seu público quer, espera e deseja. Como ele enxerga o seu produto, serviço ou empresa? Entender esses pontos é crucial para um desenvolvimento eficiente.

Neste momento, observe muito e ouça mais ainda – e sem julgamentos! Lembre-se: a solução procurada é para o público, não para você. Além disso,  questione, especialmente, aquilo que você acredita que sabe. A empatia ajuda criadores a deixarem de lado suas visões de mundo para que consigam ver com os olhos de quem será beneficiado pela solução. Dessa forma, os insights são muitos e muito mais assertivos.

3. Visualização

Essa é uma das fases mais divertidas de todo o processo de design thinking! Nas etapas anteriores você já pode obter uma pré-estrutura do que precisa ser feito.  Ao definir o problema e entender o usuário na etapa da empatia, agora é hora de colocar as ideias para andarem!

Organize um brainstorm e recolha o maior número de ideias possível, das mais óbvias às mais “estranhas”.

Não descarte nada! Podar uma ideia que, a princípio, parece non sense faz você correr o risco de voltar pra zona de conforto.

Depois da “tempestade de ideias”, você pode fazer a votação das melhores ideias entre a equipe com post-its, por exemplo. Ou então, separe 4 ideias: uma racional, uma que você sabe que vai agradar, aquela que você mais gosta e uma que será a sua grande aposta. Assim, você já afunila as soluções e pode se preparar para a quarta fase do processo de design thinking.

4. Protótipo

Neste momento, você e sua equipe vão tirar as ideias do papel e concretizá-las em um primeiro protótipo. Realizar protótipos com as suas ideias são uma excelente maneira de errar com baixo custo, ver com antecedência se o projeto é executável ou não e se ele resolve o problema inicial. Se for para errar, que seja agora!

Na fase de protótipos é preciso ter uma coisa em mente: praticar o desapego! Lembra quando falamos que a solução deve ser para o público e não para você? Nem sempre a ideia que você mais gostou vai ser a que vai resolver o problema. Por isso, mantenha um distanciamento da sua ideia favorita e analise-a com frieza e sob a perspectiva do público.

5. Testes

Chegamos ao final do processo de design thinking! Depois do protótipo, de ter avaliado a funcionalidade e percebido se essa é, de fato, a melhor solução para o seu problema, é hora de testar.

Nesta etapa, correções e alinhamentos ainda são possíveis, uma vez que os usuários irão interagir com a solução e novos problemas irão surgindo. Ou seja, você pode até ter chego ao final do processo, mas o seu produto ou serviço deve estar em constante adaptação e melhorias. Os dados recolhidos nas fases iniciais são imprescindíveis para esses ajustes!

Enquanto ainda não se descobre qual é a fórmula para a criatividade ou como exercitá-la, utilizar os métodos que profissionais criativos usam para resolver problemas pode ser uma maneira de abrir a sua visão. Com o design thinking, por exemplo, você pode começar a pensar fora da caixa com mais frequência e trazer soluções que antes não seriam pensadas.

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