Experiência do Cliente
Muito bem, então talvez você seja tão velho quanto eu e sente uma saudade absurda daquela sensação durante as corridas.
Naquele tempo a F1 era uma loucura, assunto em todos os encontros entre amigos, rodas de bar e almoços de família. Por mais que nenhum de nós entendesse “bulhufas” de corrida, mecânica ou estratégia das equipes, queríamos mesmo era ficar feliz por ter um brasileiro no ponto mais alto do pódio.
Mas infelizmente em maio de 1994 perdemos o nosso grande Ayrton Senna em um acidente trágico no GP de San Marino. O que acabou sendo um golpe nas gerações futuras que se viram sem uma grande figura brasileira a quem se apegar e manter a conexão com o esporte. É evidente que Rubens Barrichello e Felipe Massa foram grandes representantes nos anos seguintes, mas algo se perdeu de lá para cá.
Talvez os 9 campeonatos ganhos por Michael Schumacher ou os mais recentes 7 campeonatos de Lewis Hamilton tenham esfriado bastante essa relação entre brasileiros e a F1. A verdade é que com o passar dos anos, este esporte tem perdido muitos fãs em todo mundo. Por mais que os avanços tecnológicos tenham sido constantes na construção dos carros, o mesmo não pode ser dito sobre a forma como o esporte se comunicava com seus espectadores.
Se pararmos para observar o que aconteceu no mundo nesse período, fica mais fácil identificar o porque um esporte dos mais tradicionais e ricos do mundo acabou ficando para trás.
Faltou adaptação, a F1 é um esporte muito elitista, pois é necessário muito dinheiro para estar apto a pilotar um carro desses.
Consequentemente, se tornou um esporte movido por “Old money”. Investimentos de grandes marcas consagradas e investidores mais velhos e tradicionais, pela falta de palavras menos depreciativas. Coincidência ou não, em 1995 era lançado um grande conhecido nosso, o Windows 95 e a revolução computacional e social estava dando seus primeiros passos.
De lá para cá, o mundo mudou completamente, novas formas de se comunicar, comprar e vender foram desenvolvidas e por mais que dentro das equipes, a tecnologia sempre foi a mais de ponta o possível, fora das pistas a coisa se manteve estagnada, apegada aos velhos hábitos e se nutrindo de uma era que já estava em declínio. O mundo agora era online, cada vez mais, porém a F1 não fez muitos esforços para se encaixar nesse novo mundo.
A história nos mostra que ano após ano a F1 foi ficando para trás nessa conexão com seu público e que precisava de algo realmente novo para virar o jogo. E esse “algo novo” veio na forma de uma aquisição no ano de 2016 dos direitos do campeonato pelo conglomerado norte americano Liberty Media.
Logo após a Liberty Media comprar a Fórmula 1 por US$4,4 bilhões em 2016, já era notório que alterações drásticas no modelo de divulgação deveriam ser feitas para aumentar a audiência e consequentemente o faturamento da empresa. Nessa altura você já entendeu do que estamos falando aqui né? Estamos falando de audiência, de um campeonato esportivo que deve gerar interesse das pessoas para girar uma roda gigantesca de patrocinadores, produtos licenciados e o que mais der dinheiro aos donos. É sobre isso!
As alterações foram imediatas, novas câmeras foram colocadas nos carros, mais qualidade de transmissão, mudanças nas regras para deixar o campeonato menos previsível e mais competitivo, afinal de contas, o campeonato de F1 em si já é um show.
Mas a carta de mestre, chegou 2 anos após a aquisição. Finalmente a gestão identificou que o futuro do esporte estava nas mãos de um novo público, que era necessário se adaptar à nova realidade e literalmente ir atrás do público onde ele estivesse, na hora que ele quisesse ser encontrado.
Bem vindos ao mundo do conteúdo ON DEMAND.
Com essa visão em mente, foi encomendada uma série que viria a se tornar o sucesso absurdo que foi: DRIVE TO SURVIVE.
Uma série que acompanha de forma documental, com cenas reais e muitos bastidores das corridas. Atualmente a Netflix apresenta a 5a temporada da série que é um completo sucesso.
A revitalização da marca F1 é muito clara, uma pesquisa da consultoria Nielsen Sports aponta que em 2020 aconteceu uma revitalização da base de fãs e o aumento foi na casa dos 73 milhões de pessoas, espalhadas em países como China, Brasil e principalmente Estados Unidos. 77% do crescimento é referente a faixa etária que estava mais distanciada do esporte: 16 a 35 anos.
O grande indicador de sucesso desse novo formato é o sucesso estrondoso que a F1 passou a ser nos Estados Unidos. O mercado americano, sempre dominado quase por completo por eventos como NASCAR e Fórmula INDY, passou a receber um grande prêmio de F1 em Austin trazendo nada mais, nada menos do que a maior audiência da história da categoria: 400.000 espectadores.
Lembrando que a F1 sempre foi tida pelos americanos como uma categoria fraca, e sempre desprezaram os campeonatos. O que traz ainda mais crédito a revitalização e estratégias de vendas implementadas pela Liberty Media.
Mas o que podemos tirar de lição desse movimento tão significativo? Muita coisa, a princípio e de forma mais óbvia, não fique parado contando com o sucesso do passado. O mundo está mudando, seu público está mudando cada vez mais rápido. Não são precisos 20 anos para que um novo público seja descoberto. Tudo acontece agora, na sua frente e você tem que saber responder prontamente a cada mudança.
Vamos dar uma olhada em alguns insights que podemos identificar nessa jornada de readequação da F1.
Se você quer fazer um lançamento de infoproduto para um novo público, o que não significa “mais jovem”, precisa estar onde eles estão, certo? Foi exatamente isso que a gestão Liberty Media pensou quando decidiu investir nas redes sociais e em novas plataformas como o TikTok e Netflix. E sabe o que mais? Eles queriam produzir conteúdo inédito, que mostrasse melhor da Fórmula 1 fora das pistas e fosse super divertido de assistir, que fosse algo mais humano, sabe?
Aquela ideia de que o esporte tinha que ser duro, tradicional, deu espaço ao movimento oposto. As pessoas agora estão na era das redes sociais, todo mundo quer saber o que o atleta, ator, celebridade está fazendo na sua vida a todo momento. Esta mudança na percepção foi imprescindível para o sucesso da F1.
Dessa desconstrução surgiu a ideia do Drive to Survive, uma série sobre os bastidores da Fórmula 1. O produtor executivo da série, Paul Martin, contou que tudo começou quando Sean Bratches, ex-diretor da Fórmula 1 e um dos responsáveis pela aquisição feita pela Liberty Media, procurou a equipe de produção para fazer um acordo com plataformas de streaming. Ele gostou tanto da ideia que pediu para que a série fosse focada em várias equipes, mostrando a F1 de um jeito completamente diferente e cativante para um novo tipo de fã. E assim nasceu essa série de sucesso!
O insight aqui fica por conta da Identificação do cliente ideal: o caso nos mostra a importância de identificar o cliente ideal é criar uma estratégia de vendas que atenda às suas necessidades específicas, sempre amparada por um bom CRM que organize as informações e evite que você se perca em meio a tantas informações disponíveis. Para isso, é fundamental conhecer profundamente o mercado em que você está inserido e os desejos e necessidades dos seus clientes.
Aqui na Clint nós documentamos e criamos essas estratégias de vendas através de um playbook de vendas e se você quiser fazer o mesmo, temos um material gratuito disponível para você que quer desenvolver uma estratégia de vendas que possa ser executada com maestria pelo seu time. Clica no banner abaixo e da uma conferida.
Esqueça a linguagem técnica e complicada que às vezes afasta os novos fãs, o conteúdo é para um público amplo, não para mecânicos e engenheiros. A série tem foco no que realmente importa: ação e drama. É um espetáculo eletrizante nas pistas e nos bastidores, com histórias emocionantes de pilotos como Romain Grosjean, Sebastian Vettel, Charles Leclerc e Lewis Hamilton.
A série é sobre a Fórmula 1, mas vai além do esporte em si, mostrando as vidas e os dramas dos pilotos. Com isso, os fãs mais casuais e menos familiarizados com as nuances do esporte também se conectam com a história. É como em qualquer outro esporte, quando conhecemos mais sobre a vida e a personalidade dos atletas, torcemos ainda mais por eles.
Os produtores executivos da série, Paul Martin e James Gay-Rees, explicam que a ideia foi criar uma narrativa emocionante e que conectasse o público com o esporte. E, para isso, a série foca em histórias humanas, como as lutas dos pilotos para manter seus lugares nas equipes e a rivalidade dentro da Ferrari, por exemplo.
A série também tem um apelo universal, mostrando temas importantes como a experiência de racismo de Lewis Hamilton, que faz com que o público se identifique e apoie os pilotos não só pelas suas habilidades na pista, mas também por suas personalidades e desafios pessoais.
Já falamos por aqui sobre a importância da criação de empatia para criar um bom produto digital e como compreender os clientes faz toda diferença na hora de lançar um infoproduto de sucesso. É isso que está sendo proposto aqui, criar conexões reais, mais fortes, com temas reais. Você precisa, criar uma narrativa envolvente que vá além do produto que você vende. Observe o universo ao redor do seu infoproduto e explore ele.
Ao mostrar aos espectadores o que acontece no paddock, durante a pré-temporada e nos momentos entre as corridas, os produtores criaram uma visão mais completa do mundo da Fórmula 1. Esse acesso exclusivo ao universo dos pilotos permite que os fãs se sintam mais próximos dos seus ídolos, criando uma sensação de pertencimento e desejo de fazer parte desse mundo glamouroso.
O produtor Martin, que trabalhou no documentário, destacou a importância de mostrar aos espectadores o que acontece nos bastidores do mundo da Fórmula 1. Ele disse: "Tendo passado algum tempo em algumas corridas antes de começarmos o show, sentimos que havia toda uma parte do esporte que estava acontecendo nos bastidores que as pessoas realmente não sabiam como funcionava, ou se sabiam, não entendiam de verdade".
O documentário sobre Fórmula 1 é um exemplo claro de como a paixão e o glamour podem ser usados para construir uma marca de sucesso. Ao transmitir a paixão dos pilotos pelas corridas e mostrando a vida nos bastidores, os produtores ajudaram a criar um universo que os espectadores desejam fazer parte. Isso é um dos pilares fundamentais para o sucesso de qualquer marca - criar uma imagem aspiracional que os consumidores desejem fazer parte.
Toda essa movimentação e reinvenção é algo que deve se tornar mais corriqueiro nas nossas operações de vendas, o que estamos analisando aqui, é a aplicação de um PDCA [planejar (plan), executar (do), verificar (check) e agir (act)] na Fórmula 1. Onde se levanta informações sobre o público, e utiliza estas informações para tomar decisões.
Nenhum destes envolvidos teve o feeling de fazer uma série na Netflix, abordando os aspectos humanos dos pilotos, porque isso seria legal. Foi identificada essa demanda de um público potencial com capital para gastar com o esporte. A resposta para esse dado foi criar a série.
Muitos de nós tendemos a dar ouvidos apenas ao nosso “instinto” de vendedor para tocar o negócio, mas esse instinto tem que agir no detalhe de uma estratégia pautada em pesquisa de mercado e análise de dados.Pare de agir apenas no feeling, ignorando os dados que sua empresa consegue gerar. Isso pode ser muito prejudicial e, no final das contas, pode ser muito tarde para alterar o curso rumo ao sucesso.
Assiste a série, mesmo se você não curte F1, tem bastante coisa para aprendermos com ela.
Grande abraço.
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